Prof. Edvaldo Cavalcante - Frequento o Alto da Sé, em Olinda, desde criança. Morei na cidade quando era adolescente, visitar a Sé era uma festa. O interessante é que só depois de adulto é que descobri que aquela pequena construção em formato cilíndrico era o antigo Observatório de Olinda. O prédio histórico foi construído por ordem de Duarte Coelho e funcionou até o início da década de 70 (século XX) quando o “senhor descaso” deixou que suas atividades fossem encerradas.
O pequeno observatório tem seu nome gravado na história da astronomia mundial. Num dia 26 de fevereiro, como hoje, em 1860, o astrônomo francêsEmannuel Liais, estando a serviço do Observatório Imperial de Paris, descobriu um cometa que foi batizado de “Cometa de Olinda”, até hoje, o único descoberto em solo brasileiro e o primeiro descoberto na América do Sul. Por ser um cometa de órbita parabólica, a observação no mesmo local é impossível. Isso torna o feito de Liais mais espetacular ainda. Ele estava no local certo na hora certa. A descoberta do astrônomo francês está publicada Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, vol. 20, página 336.
Depois de anos fechado, o Observatório de Olinda foi reaberto. Uma parceria entre o Espaço Ciências, a Prefeitura de Olinda e a Sociedade de Astronomia de Olinda, fez ressurgir o lendário espaço. Sobre a minha ignorância, na infância, a respeito da história do local, vale ressaltar que esse monumento, como tantos outros em Olinda, não era devidamente identificado. Até hoje muitos ignoram que ali funciona um observatório. Sobre o grande feito de Emannuel Liais, nem se fala, é uma parte da história da cidade completamente desconhecida por quem frequenta o local. Uma pena!
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